Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), estima-se que mais de 300 milhões de pessoas sofram com a depressão.
A doença que também é caracterizada como transtorno depressivo maior, causa episódios constantes de tristeza, perda de interesse nas atividades diárias, entre outros sintomas.
Essa condição clínica grave afeta completamente a qualidade de vida das pessoas que convivem com ela.
Há muitas formas de combater a doença, é o caso do medicamento Spravato® que é mais conhecido como Escetamina ou esketamina. No Brasil ele foi aprovado pela ANVISA em 2022.
A medicação é caríssima, mas você sabia que o Spravato® pode ser fornecido pelo SUS e por planos de saúde?
Contudo, esse cenário não é tão simples assim, entenda melhor acompanhando as informações do conteúdo!
O Spravato® é um medicamento que tem como princípio ativo a escetamina, que é indicada para pacientes que sofrem de depressão ou Transtorno Depressivo Maior.
Conforme explica a bula do medicamento, o Spravato combate vários sintomas, como:
Este medicamento é indicado em conjunto com a terapia antidepressiva oral para que os sintomas possam ser reduzidos. E, cabe reforçar, só deve ser utilizado mediante prescrição médica.
A escetamina é um antidepressivo que trabalha de forma diferente dos antidepressivos tradicionais. Em vez de aumentar os níveis de neurotransmissores, como a serotonina e a noradrenalina, a escetamina age nos receptores de glutamato.
Estudos mostraram que a depressão está relacionada a uma diminuição da sinalização do glutamato.
Sendo assim, a escetamina trabalha aumentando a sinalização do glutamato, o que ajuda a restaurar a função normal das regiões cerebrais atingidas pela depressão.
O Spravato® é um medicamento indicado para:
A DRT é quando o paciente usou dois antidepressivos diferentes, mas não obteve um bom resultado no tratamento.
Como qualquer medicamento, o Spravato® também pode causar alguns efeitos colaterais, os mais conhecidos até agora são:
Importante: É importante ressaltar que o Spravato® é um medicamento de uso hospitalar. Dessa forma, é recomendado que o tratamento seja realizado em um hospital ou sob supervisão de um profissional de saúde.
O medicamento é administrado junto com outro antidepressivo oral.
De forma geral, o paciente aplica o spray nasal sozinho, mas sob a supervisão de um médico em um hospital ou clínica. O médico também costuma demonstrar como usar o dispositivo de spray nasal, que libera dois jatos (um para cada narina).
Abaixo iremos descrever as instruções de uso conforme as orientações da bula do Spravato®, mas lembre-se que o dispositivo é feito para o controle do paciente, sob o acompanhamento e supervisão de um profissional de saúde.
Atenção: o profissional de saúde deve orientar ao paciente que ele limpe o nariz somente antes do primeiro dispositivo.
É importante confirmar o número necessário de dispositivos:
28 mg |
1 dispositivo |
56 mg |
2 dispositivos |
84 mg |
3 dispositivos |
É hora de preparar o dispositivo, confira abaixo as orientações destinadas ao profissional da saúde:
Depois do profissional de saúde seguir as duas primeiras etapas, é hora de preparar o paciente:
Imagem: Consulta Remédios
Dando continuidade no processo o paciente precisa seguir os seguintes passos:
Passo 1. Colocar a ponta do dispositivo diretamente dentro da primeira narina;
Passo 2. O suporte para o nariz precisa encostar pele entre as narinas;
Passo 3. Depois disso, é necessário fechar a narina oposta;
Passo 4. Em seguida, inspirar pelo nariz, ao mesmo tempo empurrando o êmbolo totalmente para cima até que ele pare;
Passo 5. Inspirar ar pelo nariz de maneira delicada após o jato, isso fará com o que o medicamento permaneça dentro do nariz;
Passo 6. Trocar de mão para adicionar a ponta na segunda narina;
Passo 7. Repetir o mesmo processo para a aplicação do segundo jato.
Imagem: Consulta Remédios
Após a realização das etapas anteriores o profissional da saúde deve:
Feito isso, o paciente precisa:
Importante: para analisar as orientações completas, o profissional de saúde deve analisar cuidadosamente a bula do medicamento.
Cada sessão da aplicação do Spravato® custa entre R$ 2.200 e R$ 3.300, o que depende da dosagem.
Sim. Havendo recomendação médica que justifique o uso do Spravato®, é dever do plano de saúde custear o tratamento com este medicamento.
O Spravato® (escetamina) tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
E por mais que o Spravato® não esteja incluído no Rol de Procedimentos e Eventos da ANS (Agência Nacional de Saúde), a Lei 9.656/98 determina que o plano de saúde deve custear o tratamento de todas as doenças previstas na Classificação Internacional de Doenças (CID-10).
A depressão consta na lista (CID 10- F33) e, portanto, não há exclusão contratual para seu tratamento.
É válido ressaltar que a Lei dos Planos de Saúde, é o registro sanitário que determina a cobertura de uma medicação, e não o rol da ANS.
Dessa maneira, é totalmente abusiva a recusa do plano de saúde ao fornecimento do Spravato.
Ou seja, se o médico prescrever o Spravato® para um paciente com depressão resistente ao tratamento, o plano de saúde precisa custear o tratamento.
O plano de saúde costuma negar o fornecimento do Spravato® para tratamento da depressão por vários motivos, incluindo:
No entanto, o advogado especialista em ações contra planos de saúde, Elton Fernandes, ressalta que o fato de o Spravato® ser um spray nasal de uso domiciliar não afasta a necessidade de acompanhamento e supervisão médica, tampouco a obrigação de fornecimento pelo convênio sempre que houver recomendação médica.
“Não importa se o paciente está ou não internado, isso é irrelevante. Alguns planos de saúde dizem que só cobrem esse tipo de medicamento se o paciente estiver internado, mas na Justiça é possível buscar o fornecimento deste medicamento pelo plano de saúde”, detalha o advogado.
Sobre a ausência do tratamento da depressão com a escetamina no rol da ANS, Elton Fernandes afirma que isto não pode impedir os segurados de terem acesso ao medicamento recomendado por seu médico de confiança.
Segundo ele, a conduta da ANS ao não incluir a escetamina em seu rol de procedimentos é totalmente ilegal.
O que torna obrigatória a cobertura do Spravato® pelo plano de saúde é o registro sanitário na Anvisa, que obriga que todos os medicamentos que estão registrados devem ser fornecidos pelos planos de saúde.
Assim, todos os planos de saúde, sem exceção, devem disponibilizar o Spravato® para o tratamento dos pacientes.
Para obter o Spravato® pelo plano de saúde, o paciente deve apresentar a prescrição médica ao plano de saúde. Feito isso, o plano de saúde pode solicitar a realização de uma avaliação médica para fins de comprovação da indicação do medicamento.
Contudo, caso a organização se recuse a cobertura do Spravato®, o paciente pode recorrer à Justiça.
Caso o plano de saúde se recuse a fornecer o Spravato® para o tratamento da depressão, você pode ingressar na Justiça a fim de obter a cobertura para o medicamento, mesmo sendo de uso domiciliar e sem previsão no rol da ANS.
Para isto, você deverá providenciar dois documentos essenciais para o processo judicial:
Confira, a seguir, o exemplo de um relatório médico que pode ser usado em uma eventual ação judicial em busca da cobertura de um tratamento negado pelo plano de saúde:
O relatório médico acima é apenas um exemplo de como o médico pode detalhar a necessidade e urgência de um tratamento específico que fora negado pelo plano de saúde.
Mas vale ressaltar que cabe ao médico que assiste ao paciente detalhar seu histórico clínico e justificar adequadamente a indicação para o tratamento da depressão com o Spravato®.
Com essa documentação em mãos, busque o auxílio de um advogado especialista em ações contra planos de saúde para te representar perante a Justiça.
O processo, em si, pode demorar anos. No entanto, é possível conseguir o Spravato® para tratamento da depressão ainda no início do processo.
Normalmente, as ações que pleiteiam esse tipo de medicamento são feitas com pedido de liminar, que é uma ferramenta jurídica que, se eventualmente deferida, pode antecipar o direito do paciente antes mesmo do final do processo.
Nunca se pode afirmar que se trata de “causa ganha”. E, para saber as reais possibilidades de sucesso de sua ação, é fundamental conversar com um advogado especialista em Direito à Saúde para avaliar todas as particularidades do seu caso.
Isso porque há diversas variáveis que podem influir no resultado da ação, por isso, é necessário uma análise profissional e cuidadosa.
O fato de existirem decisões favoráveis em ações semelhantes mostra que há chances de sucesso, mas apenas a análise concreta do seu caso por um advogado pode revelar as chances de seu processo.
Infelizmente, o Spravato® não é coberto pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Dessa forma, os pacientes precisam buscar à Justiça para ter acesso a medicação.
O Estado brasileiro é responsável por garantir o acesso à saúde a todos os cidadãos, incluindo o fornecimento de medicamentos.
Isso quer dizer que um paciente com uma depressão mais grave e que é resistente a outros medicamentos, pode entrar com uma ação judicial contra o governo federal, estadual ou municipal para obter o Spravato®.
Se você conhece alguém que sofre com a depressão, incentive-a a procurar um advogado especialista para que ela tenha acesso ao tratamento.
É importante contratar um advogado especialista em ação contra o plano de saúde para elaborar todo o processo, inclusive a liminar.
Assim, ele conduzirá da melhor forma possível e de maneira rápida a ação na justiça contra o seu plano de saúde.
Com isso, você garante que o convênio fornecerá o medicamento para fazer o tratamento adequadamente.
Neste artigo, você entendeu que o Spravato® (escetamina) é um medicamento registrado pela Anvisa e deve ser fornecido por qualquer plano de saúde.
Entretanto, caso a liberação do medicamento seja negada, é necessário contratar um advogado especialista na área que entrará com uma ação judicial.
Entre em contato com o advogado Elton Fernandes e saiba como proceder para garantir o seu direito.
O escritório Elton Fernandes – Advocacia Especializada em Saúde tem ampla experiência em ação contra planos de saúde e o SUS, além de erros médicos e seguros.
Além disso, possui uma equipe altamente experiente em processos relacionados ao direito à saúde e com atendimento em diferentes localidades do país.
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