Você sabe o que é uma liminar e como ela pode ser utilizada em casos contra planos de saúde?
Os abusos praticados pelas operadoras crescem a cada dia, incluindo: liberação de exames negada, consultas e terapias não autorizadas, fornecimento de medicamentos ou tratamentos recusado e aumentos excessivos nas mensalidades.
Situações como essas tornam cada vez mais relevante a atuação de um advogado que lida com liminar contra plano de saúde, sobretudo pela necessidade de uma resposta urgente.
Mas você sabe qual é o papel do advogado ao entrar com uma liminar contra plano de saúde? Ou qual a importância de uma liminar em ações judiciais relacionadas a planos de saúde?
A contratação de um plano de saúde tem como objetivo prestar assistência médica e hospitalar aos clientes, por meio de uma rede de profissionais e estabelecimentos credenciados.
No entanto, nem sempre o acesso aos serviços desejados é imediato. Nesses casos, pode ser importante contar com a análise de um profissional com atuação em liminares judiciais na área da saúde, que possa avaliar o contrato, os documentos médicos e conduzir o processo judicial adequado.
Esse advogado atua em diversas situações, sendo as mais comuns:
A liminar judicial em plano de saúde é uma medida frequentemente utilizada quando há negativa indevida de cobertura. Entender como entrar com liminar contra plano de saúde, quais são os requisitos exigidos pela Justiça e como funciona a cobertura imediata com liminar é fundamental para quem enfrenta uma situação urgente.
E, neste artigo, explicamos com mais detalhes como funciona o trabalho de um advogado especialista em liminar, quando é possível entrar com liminar contra plano de saúde sem advogado e quais são os passos para buscar seus direitos. Acompanhe!
Uma liminar contra plano de saúde é uma decisão judicial provisória que visa garantir acesso imediato a exames, consultas, terapias ou medicamentos quando o plano se recusa a fornecer o serviço.
Ela é especialmente útil em situações de urgência, como procedimentos médicos, cirurgias ou medicamentos essenciais.
Diferente do resultado final do processo, a liminar - pedido de tutela antecipada de urgência - tem caráter temporário, mas permite que o paciente tenha atendimento rápido enquanto a ação judicial segue seu curso.
Quando o plano de saúde não cumpre a liminar judicial, é possível apresentar uma petição de descumprimento de liminar contra o plano de saúde, solicitando multa diária e outras medidas coercitivas previstas no Código de Processo Civil (CPC).
O advogado especializado em plano de saúde e liminares busca garantir que todas as etapas do processo sejam conduzidas de forma correta e dentro da legislação. Esse profissional:
Mesmo quando existe a opção de buscar uma liminar sem advogado, o acompanhamento profissional aumenta a segurança do processo e reduz riscos de indeferimento.
As situações que, comumente, fazem um advogado entrar com uma liminar contra plano de saúde são:
As principais alegações dos planos de saúde para negar o fornecimento de uma medicação são:
No entanto, o rol da ANS é uma referência regulatória, devendo ser analisado em conjunto com a prescrição médica, o respaldo técnico-científico e as particularidades do caso concreto.
Portanto, é possível requerer o fornecimento de um medicamento mesmo fora da listagem da ANS, basta que haja respaldo científico para o tratamento.
No caso das medicações domiciliares, é necessário considerar o tipo de medicamento prescrito e suas características, já que mesmo uma medicação de uso domiciliar pode demandar cuidados e acompanhamentos específicos.
Em relação aos medicamentos chamados de off-label, cuja prescrição pode ser diferente do que é indicado na bula, se há respaldo técnico-científico para a recomendação médica, é possível buscar a cobertura.
Em todos esses casos, a negativa do plano de saúde pode ser considerada ilegal, sendo possível revertê-la judicialmente.
Isto porque, de modo geral, todos os tratamentos que possuem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) devem ser cobertos pelos planos de saúde.
Saiba também como funciona uma liminar contra negativa de cobertura do plano de saúde aqui.
Os reajustes abusivos dos planos de saúde são uma das principais motivações para que um beneficiário procure ajuda profissional em um escritório de advocacia especializado em Direito da Saúde.
Em muitos casos, as operadoras dos planos de saúde aumentam os valores das mensalidades aplicando índices muito acima do que é considerado aceitável.
No caso dos reajustes praticados em planos individuais e familiares, os índices utilizados são estabelecidos pela ANS. Os planos coletivos por adesão e coletivos empresariais, por sua vez, não são obrigados a seguir essas determinações. Por essa razão, acabam aumentando excessivamente os valores das mensalidades.
No entanto, comprovada a abusividade do plano em relação aos reajustes aplicados nas mensalidades, é possível entrar com uma ação contra o plano de saúde para buscar que os valores sejam revistos.
Em muitos casos, inclusive, decisões judiciais têm determinado o ressarcirmento dos valores pagos indevidamente nos últimos três anos.
A liberação de consultas e terapias também é um dos principais motivos para que os clientes consultem um advogado especialista em liminar.
Em alguns casos, as operadoras alegam que não possuem rede credenciada para que o paciente passe em consulta com uma especialidade específica, ou mesmo limitam o número de sessões e terapias com psicólogos, fonoaudiólogos, entre outros.
No entanto, quando não há rede credenciada, o plano pode ser obrigado a pagar ou ressarcir o segurado para que o atendimento aconteça fora da rede credenciada.
Além disso, as operadoras não podem limitar o número de consultas, sessões e terapias prescritas pelo médico de confiança do paciente.
Nestes casos, entrar com uma ação com liminar pode permitir o acesso ao tratamento necessário em pouco tempo.
Assim como o fornecimento de medicações, a autorização de exames e cirurgias também é uma das situações que levam pacientes a procurarem um advogado especialista em liminar contra o plano de saúde.
Entre as alegações das operadoras de saúde para negarem a autorização de exames e cirurgias, a principal é a ausência do procedimento do rol da ANS.
Porém, como dito anteriormente, o rol da ANS é considerado um guia exemplificativo. Desse modo, é necessário considerar que a lista de medicamentos, exames, cirurgias e demais serviços de saúde que possuem cobertura obrigatória pelos planos de saúde não está completa.
Logo, exames e cirurgias fora do rol podem ser cobertos pelos planos, considerando, a princípio, que haja registro e autorização da Anvisa e respaldo técnico-científico para o tratamento prescrito.
Em alguns casos, as operadoras alegam que a cirurgia tem caráter estético, como é o caso da redução das mamas, por exemplo. No entanto, a redução das mamas em caso de redesignação sexual ou mesmo em pacientes cujas mamas em excesso causam transtornos como dores e desconfortos, não deve ser considerada como cirurgia estética. Por esse motivo, deve ser coberta pelos plano de saúde.
Diante da negativa de exames e cirurgias, a ação contra plano de saúde com liminar é uma ferramenta jurídica que pode permitir a análise antecipada do pedido e, se deferida, o acesso rápido ao tratamento.
Embora seja possível protocolar ações sem advogado, o processo exige conhecimento jurídico e atenção às regras da Justiça.
O passo a passo para entrar com ação de liminar em plano de saúde envolve a reunião de documentos médicos, comprovação da negativa e demonstração do risco à saúde do paciente.
Sendo assim, é necessário considerar que:
Por isso, mesmo que exista essa possibilidade, consultar um advogado para liminar contra plano de saúde é recomendado para garantir segurança e eficácia.
Entenda mais sobre o trabalho de um advogado para negativa de plano de saúde
O valor de uma liminar depende de fatores como:
Um advogado especializado pode fornecer orçamento individualizado após analisar documentos e situação específica do paciente.
Para que o advogado especialista em liminar contra plano de saúde consiga preparar o processo corretamente, é essencial reunir:
Contar com a orientação de um advogado especializado em plano de saúde e liminares pode fazer diferença no momento de acionar a Justiça.
Existem advogados que atuam de forma especializada em liminar para plano de saúde, sendo importante buscar informações e orientações adequadas antes de qualquer medida judicial.
Esse profissional em Direito da Saúde tem conhecimento técnico para analisar o contrato firmado com a operadora, conferir se houve descumprimento de cobertura e identificar possíveis abusividades, como negativas de procedimentos, reajustes excessivos ou recusa no fornecimento de medicamentos.
Para saber as reais possibilidades de sucesso de sua ação, é fundamental conversar com um advogado especialista em Direito à Saúde para avaliar todas as particularidades do seu caso. Isto porque há diversas variáveis que podem influir no resultado da ação, por isso, é necessário uma análise profissional e cuidadosa.
O fato de existirem decisões favoráveis em ações semelhantes mostra que há precedentes, mas apenas a análise concreta do seu caso por um advogado pode revelar as chances de seu processo.
Pedir uma liminar em ação contra plano de saúde significa solicitar ao juiz uma decisão provisória e urgente para ter o acesso imediato a um tratamento, exame, consulta, cirurgia ou medicamento negado pela operadora. Essa medida é analisada antes do julgamento final do processo, especialmente quando há risco à saúde do paciente.
Na prática, a liminar é o nome popular dado à tutela provisória de urgência, prevista no Código de Processo Civil (CPC). Em ações contra plano de saúde, a tutela de urgência pode ser concedida quando estão presentes a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
Sim. O novo Código de Processo Civil trouxe regras mais claras sobre a concessão de tutelas de urgência. Em ações contra plano de saúde, a liminar pode ser fundamentada no artigo 300 do CPC, desde que comprovada a urgência médica e a plausibilidade do direito alegado.
O prazo para análise de uma liminar varia conforme o caso e o juízo responsável. Em situações de urgência comprovada, decisões podem ser proferidas em poucos dias ou até em poucas horas. No entanto, não é possível fixar um prazo padrão, pois cada processo depende de suas particularidades.
Em regra, sim. Após a intimação da decisão judicial, o plano de saúde deve cumprir a liminar no prazo fixado pelo juiz. O descumprimento pode gerar multa diária (astreintes) e outras medidas judiciais previstas em lei.
Quando o plano de saúde não cumpre a liminar, é possível informar o descumprimento ao juiz por meio de petição específica. Nesses casos, o magistrado pode aumentar a multa, determinar bloqueio de valores ou adotar outras providências para garantir o cumprimento da decisão.
A negativa formal por escrito facilita a comprovação da recusa do plano, mas não é o único meio de prova. Protocolos de atendimento, mensagens, e-mails e registros de contato também podem ser utilizados para demonstrar que houve negativa de cobertura.
A ausência do procedimento no rol da ANS não impede, por si só, a concessão de liminar. O juiz pode analisar outros elementos, como a prescrição médica, a urgência do tratamento, a existência de registro do procedimento ou medicamento na Anvisa e o respaldo científico.
Sim. Por se tratar de uma decisão provisória, a liminar pode ser revista ou revogada no decorrer da ação, caso surjam novos elementos ou se o juiz entender que os requisitos legais deixaram de existir.
Em muitos casos, a liminar assegura a continuidade do tratamento enquanto a ação estiver em andamento. No entanto, a manutenção da cobertura depende do cumprimento da decisão e das avaliações judiciais realizadas ao longo do processo.
Dependendo da situação, sim. Quando o plano não disponibiliza rede credenciada apta a realizar o tratamento indicado, o pedido de liminar pode incluir autorização para atendimento fora da rede, com custeio ou reembolso pelo plano.
Laudos médicos detalhados, relatório clínico atualizado, prescrição fundamentada, exames que comprovem a urgência e documentos que demonstrem a negativa do plano são elementos que costumam ser analisados pelo juiz ao avaliar o pedido de liminar.
A liminar é mais comum em situações urgentes, mas também pode ser concedida quando a demora do processo puder causar prejuízo significativo à saúde do paciente, mesmo que não se trate de emergência imediata.
Sim. Em determinadas situações, associações, sindicatos ou entidades legitimadas podem propor ações coletivas contra planos de saúde, inclusive com pedido de liminar, desde que estejam presentes os requisitos legais.

Elton Fernandes, advogado especialista em Direito da Saúde, professor de pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar da USP de Ribeirão Preto, da Escola Paulista de Direito (EPD) e do Instituto Luiz Mário Moutinho, em Recife, professor do Curso de Especialização em Medicina Legal e Perícia Médica da Faculdade de Medicina da USP, presidente da Comissão de Direito Médico e da Saúde da OAB de São Caetano do Sul e autor do livro "Manual de Direito da Saúde Suplementar: direito material e processual em ações contra planos de saúde".
ELTON FERNANDES SOCIEDADE DE ADVOGADOS
22.692.544/0001-02