O Elaprase é um medicamento de alto custo utilizado no tratamento de doenças associadas à disfunção ou ausência da enzima iduronato-2-sulfatase, um quadro de saúde raro conhecido como Síndrome de Hunter.
Apesar de recente, este medicamento apresenta indicação de órgãos de saúde e estudos clínicos acerca de sua eficácia. No entanto, tendo em vista seu alto valor unitário, os pacientes recorrentemente dependem do acesso via SUS ou plano de saúde.
Em certo cenário é possível que o fornecimento deste medicamento seja interrompido, demandando o auxílio e assessoria qualificada de advogados especializados em Direito à Saúde, de modo que o tratamento seja iniciado ou continuado.
Neste artigo exclusivo, o Dr. Elton Fernandes explica tudo sobre o Elaprase, desde seu funcionamento até como conseguir o fornecimento tanto pela rede suplementar quanto pelo SUS.
Continue no artigo e tenha uma ótima leitura!
Elaprase é o nome comercial da idursulfase, uma terapia de substituição enzimática empregada no tratamento de uma doença genética conhecida como síndrome de Hunter ou mucopolissacaridose tipo II (MPS II).
Esta condição é causada pela atividade deficiente ou ausência da enzima iduronato-2-sulfatase, essencial para a degradação adequada de glicosaminoglicanos (GAGs), moléculas complexas envolvidas em numerosas funções biológicas.
Na síndrome de Hunter, a ausência ou o mau funcionamento dessa enzima gera o acúmulo dessas substâncias nos tecidos do corpo. Desse modo, provoca diversos sintomas que, infelizmente, podem afetar gravemente a qualidade e a expectativa de vida dos pacientes.
Este medicamento é injetado diretamente na corrente sanguínea, geralmente por meio de infusões semanais. Assim, a terapia apresenta o potencial de diminuir ou impedir o desenvolvimento dos danos causados pela síndrome de Hunter.
Por exemplo, melhorando a função respiratória e a mobilidade, assim como atenuando outros sintomas associados, como a rigidez articular e o tamanho exacerbado do fígado e baço.
Contudo, não é uma cura, pois não resolve as causas genéticas da condição nem reverte integralmente os danos já ocasionados.
O uso de Elaprase é significativo, pois atende a uma necessidade clínica desprovida de alternativas simples, proporcionando aos pacientes com MPS II uma oportunidade de manejar melhor sua condição.
A terapia foi amplamente estudada e aprovada com base na evidência de que melhora certas medidas clínicas e de qualidade de vida, tornando-se um aspecto central da gestão contemporânea da síndrome de Hunter.
Este medicamento possui como princípio ativo a idursulfase, presente na concentração de 2,0 mg por mL de solução, perfazendo um total de 6,0 mg em cada frasco-ampola.
Além disso, a composição inclui diversos excipientes que permitem a estabilidade e administração segura da substância:
A administração do Elaprase não é recomendada para indivíduos que possuem hipersensibilidade conhecida à idursulfase ou a qualquer um dos elementos presentes na formulação do medicamento.
As reações de hipersensibilidade podem variar em gravidade e incluem anafilaxia, que é uma resposta alérgica intensa e potencialmente fatal.
Além disso, a idursulfase não foi suficientemente estudada em crianças com idade inferior a 5 anos, e, por conseguinte, a segurança e eficácia do Elaprase ainda não foram estabelecidas para essa faixa etária.
Este medicamento deve ser administrado por um profissional de saúde qualificado, adotando método intravenoso, como dose pré-calculada conforme as características fisiológicas do paciente.
Desse modo, o profissional responsável realiza a diluição do Elaprase em solução de 0,9% de cloreto de sódio, preparando o medicamento de maneira correta para a sua administração.
Caso a dose calculada resulte ainda em uma quantidade do medicamento no frasco, deve ser armazenado em geladeira, em temperatura controlada entre 2°C e 8°C, de modo que seja preservado e mantido a sua integridade.
Portanto, o medicamento deve ser administrado, única e exclusivamente, por profissional de saúde qualificado. Em caso de dúvidas, procure seu médico ou médica de confiança.
A dosagem recomendada para o Elaprase é de 0,5 mg por peso corpóreo. A posologia recomendada é definida como uma dose diária, sendo administrada, em seu volume total, em período de 1 a 3 horas, conforme a avaliação e recomendação médica.
Para mais informações, consulte o médico ou médica responsável e siga as orientações apresentadas.
Apesar de seguro e recomendado, o Elaprase representa um tratamento recente. Desse modo, as reações adversas e efeitos colaterais mapeados em estudos clínicos podem, também, apresentar outros sintomas ou quadros associados.
De acordo com fabricantes, este medicamento pode apresentar como reação adversa:
A despeito das flutuações convencionais de mercado, o Elaprase é comercializado no Brasil com preços próximos aos R$14.000.
O valor unitário alto, associado à posologia recomendável, implica em possíveis barreiras à aquisição e desenvolvimento do tratamento adequado. Por este aspecto, muitos pacientes dependem do acesso e fornecimento pelo SUS ou pelo plano de saúde.
Confira a seguir um passo a passo de como conseguir este medicamento tanto pela rede privada quanto pública de saúde.
O Elaprase é uma terapia de substituição enzimática essencial no tratamento da síndrome de Hunter (MPS II) e, como tal, ter acesso a ele é primordial para a manutenção da saúde dos pacientes afetados por esta condição.
O fornecimento deste medicamento, assim como outros medicamentos, pode enfrentar obstáculos e ser negado ou cessado, tanto pela rede de saúde privada quanto pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Considerando que o atendimento à saúde é legalmente definido como um direito individual, em tais ocasiões de inacessibilidade aos medicamentos, torna-se imperativo perscrutar via negociação ou recorrer à ação judicial para assegurar o recebimento do fármaco.
Confira a seguir um passo a passo para obtenção do Elaprase pelo plano de saúde ou pelo SUS!
Para adquirir medicamentos como Elaprase através de um plano de saúde, é primordial que estejam formalmente registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), garantindo a cobertura pelo plano.
Se ocorrer uma negativa de cobertura pelo plano, o paciente e familiares podem iniciar o processo de negociação com a operadora de saúde, apresentando um relatório detalhado elaborado pelo médico especialista sobre a necessidade do medicamento.
Caso persista a negação, é aconselhável buscar assistência jurídica em Direito à Saúde para avaliar e mover eventual ação e conquistar o direito ao tratamento.
Para conseguir o Elaprase diretamente pelo SUS, primeiramente é necessário que este conste na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) ou nos protocolos do próprio SUS.
Com uma receita e a devida identificação pessoal, o solicitante deve se dirigir à unidade de saúde ou farmácia do SUS mais próxima.
Se for enfrentada resistência no fornecimento deste medicamento, o paciente tem o recurso de procurar consultoria jurídica em direito sanitário.
Em circunstâncias mais desafiadoras, pode-se requerer ação judicial para impor o cumprimento do acesso à saúde devidamente assegurado por lei.
Neste artigo exclusivo, você aprendeu sobre a indicação, composição, posologia, preços e como conseguir o Elaprase pelo Sistema Único de Saúde ou pela rede suplementar de saúde privada.
Como vimos ao longo do artigo, este medicamento é utilizado no tratamento de uma doença rara associada à atividade deficiente ou ausência da enzima iduronato-2-sulfatase, impactando severamente a qualidade de vida de indivíduos com essa condição.
Atualmente, este medicamento é comercializado no Brasil em solução injetável de 3 ml ao valor médio de R$14.000,00. Aspecto que, sem embargo, influi na correta condução do tratamento.
Caso o acesso ou fornecimento deste medicamento seja negado pelo plano de saúde ou pelo SUS, entre em contato com um advogado especializado em Direito à Saúde.