Plano de saúde deve fornecer olaparibe para câncer colorretal com mutação do gene BRCA1

Plano de saúde deve fornecer olaparibe para câncer colorretal com mutação do gene BRCA1

Saiba como é possível obter o olaparibe para câncer colorretal pelo plano de saúde, ainda que a operadora diga que não há cobertura contratual, devido à falta de indicação em bula (tratamento off label) ou previsão no rol da ANS

O olaparibe (Lynparza) não tem indicação em bula para o tratamento do câncer colorretal. Mas, apesar disso, tem sido cada vez mais comum a recomendação do medicamento para tratar pacientes com esse tipo de tumor.

O motivo é a constatação, através de estudos científicos recentes, de que o olaparibe tem eficácia no tratamento de cânceres com a mutação BRCA, o que abriu novas possibilidades de indicação da medicação.

E é justamente isto que ocorre com o uso do olaparibe para tratar pacientes com câncer colorretal com mutação do gene BRCA1.

As mutações genéticas, sobretudo em pacientes com largo histórico familiar de câncer, podem balizar a indicação da conduta médica do olaparibe a tais tumores.  

E, por consequência, é dever do plano de saúde fornecer o olaparibe para o tratamento do câncer colorretal sempre que houver recomendação médica fundamentada na ciência.

Não importa a falta de indicação em bula, tampouco a não previsão no Rol de Procedimentos da ANS. 

O olaparibe (Lynparza) é um medicamento com registro sanitário na Anvisa e, conforme determina a lei, tem cobertura obrigatória. 

Leia também: Olaparibe (Lynparza) pelo plano de saúde: saiba como garantir esse direito

Portanto, ainda que a operadora se recuse a fornecer o medicamento, a Justiça pode obrigá-la a custeá-lo.

Quer saber como? Explicaremos neste artigo, elaborado com a orientação do advogado especialista em Direito à Saúde, Elton Fernandes.

Entre em contato com o Dr. Elton Fernandes pelo WhatsApp

Continue a leitura e entenda:

  1. O olaparibe (Lynparza) tem indicação para tratar o câncer colorretal?
  2. Plano de saúde deve cobrir o olaparibe para câncer colorretal?
  3. O rol da ANS pode impedir o custeio do medicamento?
  4. Qual o posicionamento da Justiça sobre o custeio do olaparibe?
  5. O que fazer ao receber a negativa do plano de saúde?
  6. Em quanto tempo é possível obter o medicamento através da Justiça?

Olaparibe Lynparza plano de saúde

Foto de mdjaff - www.freepik.es

O olaparibe (Lynparza) tem indicação para tratar o câncer colorretal?

Sim, apesar de não ter prescrição em bula, o olaparibe (Lynparza) é, sim, um medicamento indicado para o tratamento de pacientes com câncer colorretal - ou câncer de cólon.

Estudos científicos recentes demonstraram a eficácia do olaparibe para tumores com a mutação do gene BRCA.

E, desde então, médicos de todo o país têm recomendado o medicamento para pacientes com câncer colorretal com mutação BRCA1.

O advogado especialista em Direito à Saúde, Elton Fernandes, destaca que, atualmente, os tratamentos oncológicos são cada vez mais customizados, sobretudo olhando para as particularidades genômicas do paciente. 

Ou seja, a medicina de precisão é definida pela administração de medicamentos com base nas características genéticas particulares do tumor, tal como, por exemplo, os testes genéticos KRAS, NRAS e BRAF, além do BRCA1 e BRCA2.

Plano de saúde deve cobrir o olaparibe para câncer colorretal?

A recomendação de um medicamento para uma doença não prevista em sua bula é o que chamamos de tratamento off label.

E, mesmo neste caso, o plano de saúde é obrigado a fornecer o medicamento sempre que houver recomendação médica baseada na ciência. 

Como mencionamos, o olaparibe é um medicamento com certificação científica para o tratamento do câncer colorretal com mutação do gene BRCA1, por isso é dever do plano de saúde fornecê-lo, mesmo sem a indicação em bula.

O rol da ANS pode impedir o custeio do medicamento?

Não, o que possibilita o acesso ao olaparibe (Lynparza) para câncer colorretal pelo plano de saúde é o registro sanitário na Anvisa, e não sua inclusão no Rol de Procedimentos da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

Por isso, mesmo fora da listagem da ANS, você tem direito de receber este medicamento para o tratamento do câncer colorretal com mutação do gene BRCA1.

Como bem lembra o advogado Elton Fernandes, o rol da ANS é uma lista de referência do que os convênios devem cobrir prioritariamente, e não um limitador das opções terapêuticas aos segurados.

Além do mais, o Tribunal de Justiça de São Paulo definiu, em sua Súmula 102, que, “havendo expressa indicação médica, é abusiva a negativa de cobertura de custeio de tratamento sob o argumento da sua natureza experimental ou por não estar previsto no rol de procedimentos da ANS”.

Justiça pode determinar custeio do olaparibe

A Justiça, em diversos processos, já reiterou o entendimento de que a recusa do plano de saúde ao custeio do olaparibe para câncer colorretal é completamente abusiva e ilegal.

“Essa medicação conta com decisões favoráveis da Justiça - que chamamos de jurisprudência -, de modo que outros tantos pacientes, desde o registro sanitário do medicamento no Brasil, têm entrado com ação judicial para determinar que o plano de saúde forneça essa medicação”, conta o advogado especialista em ações contra planos de saúde, Elton Fernandes.

Confira, a seguir, o trecho de uma sentença proferida em favor de um segurado que possibilitou o fornecimento do olaparibe para câncer colorretal pelo plano de saúde:

Estudos publicados mostram a efetividade do tratamento a casos como o do autor, anotando “Eficiência do Olaparibe em pacientes com câncer colorretal com alteração da proteína de reparo homóloga”, tal como o gene BRCA1, onde se atesta que:

"A medicina de precisão é definida pela administração de medicamentos com base nas características genéticas particulares do tumor. Está se desenvolvendo rapidamente no campo da terapia do câncer. Por exemplo, os testes genéticos KRAS, NRAS e BRAF demonstram sua eficiência para a medicina de precisão no câncer colorretal (CCR)."

Olaparibe Lynparza câncer colorretal

Imagem de Best Testosterone Booster

O que fazer ao receber a negativa do plano de saúde?

Se o plano de saúde recusou o fornecimento do olaparibe para câncer colorretal, a melhor alternativa para obtê-lo é através da Justiça.

Para isto, no entanto, você deverá solicitar que o plano de saúde lhe encaminhe, por escrito, as razões da recusa.

Depois, deve pedir que seu médico faça um relatório detalhado sobre o porquê essa medicação é fundamental para o seu tratamento.

Peça que ele descreva seu histórico clínico, tratamentos anteriores e a urgência de iniciar, rapidamente, o tratamento do câncer colorretal com o olaparibe (Lynparza).

“Solicite ao seu médico um bom relatório clínico, que explique as razões pelas quais esse medicamento é tão importante ao seu caso. Seu médico poderá, inclusive, citar artigos científicos, em publicações internacionais e nacionais, que balizam a indicação. Dessa forma, nenhum plano de saúde poderá dizer que é experimental, porque existem evidências científicas de que esse medicamento pode, sim, trazer benefícios a você”, detalha.

Com estes documentos em mãos, procure um advogado especialista em ações contra planos de saúde. A experiência do profissional é essencial para que você obtenha sucesso no pleito.

Isto porque, conhecendo os meandros do sistema, ele vai elaborar uma ação com pedido liminar, a fim que de você possa obter o olaparibe em pouco tempo.

“Tendo um bom relatório clínico mais a experiência do seu advogado de lidar com ações como essa, você poderá entrar com a ação judicial e fazer com que a Justiça entenda melhor esse direito”, completa Elton Fernandes.

Ação com pedido de liminar pode antecipar seu direito

O advogado Elton Fernandes relata que, não raramente, pacientes que ingressam com a ação judicial a fim de obter o olaparibe para câncer colorretal recebem essa medicação em 5 a 7 dias após o início do processo ou, quando muito, em 15 dias.

“Não se preocupe, achando que a ação judicial vai durar muito tempo para permitir o seu direito, pois, via de regra, essas ações judiciais costumam ser feitas com pedido de liminar, que é um tipo de tutela de urgência, um pedido que se faz à Justiça de uma análise provisória, mas muito rápida. De modo que a Justiça, concedendo a liminar, pode lhe conceder acesso ao medicamento em pouquíssimo tempo”, esclarece Elton Fernandes.


Esse tipo de ação é “causa ganha”?

Nunca se pode afirmar que se trata de “causa ganha”. E, para saber as reais possibilidades de sucesso de sua ação, é fundamental conversar com um advogado especialista em Direito à Saúde para avaliar todas as particularidades do seu caso, pois há diversas variáveis que podem influir no resultado da ação, por isso, é necessário uma análise profissional e cuidadosa.

O fato de existirem decisões favoráveis em ações semelhantes mostra que há chances de sucesso, mas apenas a análise concreta do seu caso por um advogado pode revelar as chances de seu processo. Portanto, converse sempre com um especialista no tema.

Entre em contato com o Dr. Elton Fernandes pelo WhatsApp

Siga nossas redes sociais e saiba mais sobre Direito da Saúde:

Lonsurf coberto pela Bradesco Saúde? Veja agora!   Facebook     Lonsurf coberto pela Bradesco Saúde? Veja agora! Instagram    Lonsurf coberto pela Bradesco Saúde? Veja agora! Youtube

Acompanhe o Dr. Elton Fernandes, especialista em ações contra planos de saúde, na imprensa:

 Clique e acompanhe Elton Fernandes no programa Mulheres            Clique e acompanhe Elton Fernandes no programa Santa Receita        Clique e acompanhe Elton Fernandes na Rádio Justiça

Fale com a gente

Clique e fale com um especialista