Quanto custa um inventário? Descubra tudo que você precisa saber

Quanto custa um inventário? Descubra tudo que você precisa saber

Data de publicação: 24/09/2025
Quanto custa para abrir um inventário - Foto: Freepik

A dúvida sobre quanto custa um inventário é algo que te deixa apreensivo? Muitos herdeiros enfrentam atrasos, divergências entre familiares e dúvidas sobre o melhor caminho a seguir. 

A boa notícia é que, com mudanças na lei, esse processo pode ser mais rápido do que parece. Com a Lei Federal n.º 11.441, que permite a realização de inventários diretamente em cartório, o acesso aos direitos dos herdeiros ficou mais ágil. 

Desde a implementação, o número de inventários extrajudiciais no Brasil passou de cerca de 38 mil para mais de 240 mil em 2023, segundo a Anoreg/BR

Neste artigo, você vai conferir:

  • Quando o inventário é obrigatório;
  • Diferenças entre inventário judicial e extrajudicial;
  • Documentos necessários para dar entrada no processo;
  • Quanto custa um processo de inventário;
  • Dicas para se organizar e evitar problemas durante a partilha de bens.

Pronto para entender quanto custa um inventário e como simplificar o processo? Continue lendo!

O que é um inventário e para que serve?

O inventário é o procedimento usado para organizar a herança deixada por alguém que faleceu. Ele reúne todos os bens, direitos e dívidas do falecido para serem avaliados e, depois, repassados aos herdeiros de forma legal.

Até a conclusão do processo, a herança é considerada indivisível, o que significa que nenhum bem pode ser vendido ou transferido sem autorização.

A lei prevê que o inventário seja aberto em até 60 dias após o falecimento. Caso isso não aconteça, pode haver cobrança de multa tributária. 

O procedimento deve tramitar no último domicílio do falecido no Brasil ou, se ele não tiver residência definida, no local onde possuía imóveis.

O inventário pode ser feito de duas formas: judicial e extrajudicial. Leia mais e descubra como cada uma delas funciona!

Quando é obrigatório fazer inventário?

O inventário é obrigatório sempre que há bens deixados por alguém que faleceu e precisam ser formalmente divididos entre os herdeiros. Sem esse procedimento, não é possível transferir imóveis, veículos ou contas para os sucessores de forma legal.

Quando existe discordância entre os herdeiros, o inventário deve ser judicial. Nesse formato, um juiz acompanha o processo, analisa as alegações e determina a partilha, mesmo que algum herdeiro se recuse a participar. 

O advogado é responsável por representar a parte interessada e dar andamento às etapas necessárias.

Em contrapartida, existem situações em que o inventário não é exigido. Isso ocorre quando o patrimônio é de valor reduzido e não gera cobrança de impostos, quando não há bens a dividir (o chamado “inventário negativo”) ou quando a herança é composta apenas por dinheiro, sendo possível solicitar um alvará judicial para liberar os valores. 

Essas exceções simplificam o processo e evitam a abertura formal de um inventário. A seguir, você vai entender quanto custa um inventário e quais são as despesas envolvidas nesse processo.

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Quanto custa um inventário?

Entender quanto custa um inventário é uma das maiores questões de quem precisa passar por esse processo. Em média, o inventário varia entre 10% e 20% do valor dos bens envolvidos.

O valor não é fixo, já que depende de fatores como o tipo de inventário (judicial ou extrajudicial), a quantidade de herdeiros, o valor dos bens e até as taxas cobradas em cada estado.

Entre os principais gastos, estão: ITCMD (Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação), honorários advocatícios, custas judiciais ou emolumentos de cartório e certidões diversas. 

Exemplo de tabela de preços para inventário:

 

Tipo de custo

Base de cálculo

Valor aproximado

ITCMD (SP)

Percentual sobre os bens

4%

Honorários advocatícios (OAB-SP)

Extrajudicial

6% do valor da herança (mín. R$ 3.279,99)

Honorários advocatícios (OAB-SP)

Judicial sem litígio

8% do valor do inventário (mín. R$ 4.591,99)

Honorários advocatícios (OAB-SP)

Judicial com litígio

10% sobre a parte do herdeiro (mín. R$ 4.591,99)

Emolumentos de cartório (SP)

Conforme tabela oficial

de R$ 293,20 a R$ 53.922,98, conforme o valor dos bens

Custas processuais (Judicial)

Conforme faixa de valor

de R$ 319,70 a R$ 95.910,00

 

Esses valores variam conforme cada caso e estado. Há situações em que existem isenções ou reduções, como no ITCMD para imóveis de baixo valor usados como moradia.

No vídeo a seguir, explico o que são as custas processuais e por que elas têm importância na hora de elaborar um inventário:

 

Qual é a diferença entre inventário judicial e extrajudicial?

A diferença está na forma como cada procedimento acontece. O inventário judicial corre dentro do fórum, com acompanhamento de um juiz e seguindo as regras do processo civil. Já o extrajudicial é feito em cartório, por escritura pública, sem necessidade de decisão judicial.

Essa distinção inicial interfere no quanto custa um inventário, no prazo e no nível de burocracia. 

O judicial costuma levar de 1 a 3 anos, ou mais, e exige mais etapas formais. Além disso, essa opção admite casos mais complexos. Pode envolver herdeiros menores ou incapazes, testamentos não homologados e conflitos entre herdeiros. 

O extrajudicial, quando os herdeiros estão de acordo e toda a documentação está em ordem, pode ser concluído em poucos meses. 

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Quais são os documentos necessários para fazer inventário?

No infográfico abaixo, reunimos os principais documentos necessários para fazer um inventário em cartório. Confira!

Imagem explicativa sobre documentos necessários para fazer inventário, incluindo identidade, certidões e contratos.

Imagem: Napkin

I obrigatório ter advogado para fazer inventário?

Sim. No caso judicial, o advogado representa os herdeiros na Justiça, e no extrajudicial, orienta sobre a regularidade jurídica da partilha realizada em cartório. Em ambos os casos, um único advogado pode atender todos os herdeiros.

Entenda em quais situações você pode ser isento das taxas e de outros custos de um processo judicial:

 

Como fazer um inventário?

Abaixo, está um passo a passo resumido para orientar todo o processo de elaboração do inventário:

  1. Eleição de um advogado: reúna todos os herdeiros e escolha um advogado especializado em Direito de Família e Sucessões.
  2. Como escolher o advogado: verifique experiência, publicações e referências; avaliar apenas quanto custa um inventário pode não refletir a qualidade do trabalho ou a complexidade do caso.
  3. Apurar a existência de testamento: solicite a certidão negativa de testamento no Colégio Notarial do Brasil.
  4. Apuração do patrimônio: levante bens, direitos e dívidas, regularize documentos e avalie valores com o advogado.
  5. Eleição da via procedimental: decida entre inventário judicial ou extrajudicial com base em testamento, herdeiros e acervo.
  6. Escolha do cartório: o advogado orientará sobre o cartório; a proximidade com os herdeiros ajuda, mas não interfere nos aspectos jurídicos do inventário.
  7. Escolha do inventariante: no judicial, o inventariante representa o espólio; no extrajudicial, sua função é menos relevante.
  8. Negociar as dívidas: inventarie e negocie a forma de pagamento com credores antes de abrir o inventário.
  9. Decidir sobre a divisão dos bens: defina a partilha entre herdeiros com o auxílio do advogado, elaborando o plano de partilha.
  10. Pagamento dos impostos: declare o ITCMD e, se necessário, o ITBI, calculando sobre valores de mercado de cada bem.
  11. Concordância da Procuradoria da Fazenda: a Procuradoria autoriza a partilha ou a lavratura da escritura após conferência dos impostos.
  12. Emissão do Formal de Partilha ou Escritura Pública: recebida a autorização, emita o Formal de Partilha (judicial) ou Escritura Pública (extrajudicial).

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Conclusão

Saber quanto custa um inventário envolve mais do que apenas números, pois depende do tipo de procedimento, da quantidade de herdeiros, do valor dos bens e das taxas aplicáveis em cada estado. 

Além disso, é preciso considerar os custos com advogado, impostos e certidões, que variam conforme o caso. O processo pode ser judicial ou extrajudicial, sendo que este último tende a ser mais ágil. 

Com um planejamento cuidadoso e atenção às possíveis isenções ou reduções de custos, a herança pode ser transmitida de forma mais tranquila e eficiente.

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Escrito por:

Autor Elton Fernandes

Elton Fernandes, advogado especialista em Direito da Saúde, professor de pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar da USP de Ribeirão Preto, da Escola Paulista de Direito (EPD) e do Instituto Luiz Mário Moutinho, em Recife, professor do Curso de Especialização em Medicina Legal e Perícia Médica da Faculdade de Medicina da USP, presidente da Comissão de Direito Médico e da Saúde da OAB de São Caetano do Sul e autor do livro "Manual de Direito da Saúde Suplementar: direito material e processual em ações contra planos de saúde".

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