Aclasta: plano de saúde deve custear o medicamento? Entenda seus direitos

Aclasta: plano de saúde deve custear o medicamento? Entenda seus direitos

Data de publicação: 07/11/2025
Como funciona a cobertura do Aclasta pelo plano de saúde - Foto: Freepik

Saiba como funciona a cobertura do plano de saúde para Aclasta, preço do medicamento e a importância de orientação jurídica especializada

O Aclasta é um medicamento indicado para o tratamento da osteoporose e outras doenças que fragilizam os ossos.

Também conhecido pelo princípio ativo ácido zoledrônico, o remédio pertence à classe dos bisfosfonatos e é amplamente utilizado para prevenir fraturas e tratar a perda de massa óssea, especialmente em pessoas na pós-menopausa ou com uso prolongado de glicocorticoides.

Apesar de ser registrado na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e recomendado por médicos para diversos quadros clínicos, muitos planos de saúde negam o fornecimento do Aclasta, alegando ausência no Rol de Procedimentos e Eventos da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

No entanto, decisões judiciais têm considerado essa negativa abusiva, já que o rol da ANS representa apenas uma cobertura mínima, e não uma limitação absoluta.

De modo geral, a cobertura do Aclasta pelo plano de saúde é possível sempre que há prescrição médica fundamentada, independentemente de o medicamento ser aplicado em ambiente ambulatorial ou hospitalar.

E, neste artigo, vamos explicar o que é e para que serve o Aclasta e como buscar o fornecimento do medicamento pelo plano de saúde.

Continue a leitura para entender:

  • Para que serve o Aclasta
  • Qual é o preço do medicamento
  • O que a Justiça diz sobre a cobertura do Aclasta
  • Quando buscar orientação jurídica especializada

Saiba também como funciona a liminar para medicamento negado aqui.

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Paciente recebe infusão do Aclasta em tratamento médico - Foto: Freepik

Aclasta: para que serve e como é utilizado

O Aclasta é um medicamento da classe dos bisfosfonatos de ação sistêmica, cujo princípio ativo é o ácido zoledrônico.

Ele atua inibindo a reabsorção óssea mediada pelos osteoclastos, ajudando a fortalecer a estrutura óssea e reduzir o risco de fraturas em pacientes com osteoporose ou com perda significativa de massa óssea.

De acordo com a bula do Aclasta, o medicamento é indicado para:

  • Tratamento e prevenção da osteoporose;
  • Prevenção de fraturas clínicas após fratura de quadril;
  • Tratamento para aumentar a densidade óssea em homens com osteoporose;
  • Tratamento da doença de Paget do osso;
  • Tratamento da osteoporose induzida por glicocorticoides.

O medicamento é administrado por infusão intravenosa anual, o que significa que seu efeito pode durar até 12 meses.

Por esse motivo, o preço do Aclasta pode ser considerado elevado, tornando ainda mais importante o fornecimento pelo plano de saúde quando há prescrição médica.

Qual é o preço do Aclasta?

O preço do Aclasta pode variar de acordo com a dose e o local de aplicação, mas geralmente representa um custo elevado ao paciente.

Em média, o valor da caixa do Aclasta 5mg/100mL, com 1 frasco, custa R$ 1 mil.

Por isso, o fornecimento pelo plano de saúde é fundamental para assegurar a continuidade do tratamento e a adesão ao protocolo médico.

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Mão de paciente recebendo infusão do medicamento Aclasta - Foto: JComp/Freepik

Cobertura do Aclasta pelo plano de saúde: o que diz a Justiça

A cobertura do Aclasta pelo plano de saúde é frequentemente tema de ações judiciais. Em diversas decisões, o Judiciário reconheceu que a recusa baseada na ausência do medicamento no rol da ANS é ilegal, desde que o paciente tenha prescrição médica detalhada e o medicamento possua registro na Anvisa.

Em casos analisados pelos tribunais, ficou estabelecido que o plano de saúde não pode interferir na conduta médica, devendo custear o tratamento com Aclasta conforme indicação profissional.

Esse entendimento vale inclusive para situações de uso off label, quando o remédio é prescrito para finalidades não descritas em bula, desde que haja justificativa técnica.

Confira mais informações sobre ação de medicamento de alto custo

Como funciona o processo judicial para obter o Aclasta pelo plano de saúde

Quando o plano de saúde nega o fornecimento do medicamento, o paciente pode recorrer à Justiça por meio de uma ação com pedido de liminar.

Essa liminar - também chamada de tutela de urgência - permite que o juiz avalie rapidamente o pedido de fornecimento do medicamento, podendo resultar na continuidade do tratamento.

Em geral, para ingressar com a ação judicial, o paciente precisa apresentar:

  • Relatório médico detalhado, indicando a necessidade do medicamento;
  • Negativa formal do plano de saúde;
  • Documentos pessoais e comprovantes do contrato do plano.
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Importância da orientação jurídica especializada

O fornecimento do Aclasta pelo plano de saúde é um tema que envolve regras contratuais, cobertura mínima da ANS e decisões judiciais recentes.

Embora muitas negativas possam ser consideradas abusivas, cada caso depende de análise individual do histórico clínico, prescrição médica e documentos do plano.

Por isso, é fundamental que pacientes ou responsáveis busquem orientação jurídica especializada, garantindo que todas as medidas cabíveis sejam avaliadas de forma segura e dentro da legislação vigente.

Um acompanhamento adequado ajuda a compreender direitos, prazos e procedimentos legais, aumentando as chances de acesso ao tratamento.

Escrito por:

Autor Elton Fernandes

Elton Fernandes, advogado especialista em Direito da Saúde, professor de pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar da USP de Ribeirão Preto, da Escola Paulista de Direito (EPD) e do Instituto Luiz Mário Moutinho, em Recife, professor do Curso de Especialização em Medicina Legal e Perícia Médica da Faculdade de Medicina da USP, presidente da Comissão de Direito Médico e da Saúde da OAB de São Caetano do Sul e autor do livro "Manual de Direito da Saúde Suplementar: direito material e processual em ações contra planos de saúde".

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