Lenalidomida: como obter pelo plano de saúde [Guia completo]

Lenalidomida: como obter pelo plano de saúde [Guia completo]

Você foi diagnosticado com uma doença grave e seu médico prescreveu o lenalidomida? Se sim, saiba que você pode ter direito a obter o medicamento pelo SUS ou plano de saúde.

No conteúdo de hoje iremos explicar detalhadamente para que serve o medicamento, como ele age, quais são os efeitos colaterais e como conseguir utilizá-lo em seu tratamento.

Leia nosso guia completo e não deixe de buscar os seus direitos!

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Para que serve o medicamento lenalidomida?

A lenalidomida é um medicamento imunomodulador que é utilizado para o tratamento de várias doenças, incluindo: 

  • síndrome mielodisplásica de baixo risco;
  • linfoma não Hodgkin de células do manto (MCL);
  • macroglobulinemia de Waldenström (MW);
  • mieloma múltiplo;
  • mieloma múltiplo recidivante ou refratário;
  • síndrome mielodisplásica (SMD) com anomalia citogenética deleta 5q;
  • linfoma de células do manto (LCM);
  • anemia mielofibrosante;
  • mieloma múltiplo de risco padrão;
  • doença de Crohn;
  • doença de Behçet;
  • leucemia linfocítica crônica (LLC);
  • síndrome de Sjögren;
  • esclerose sistêmica;
  • anemia aplástica;
  • doença renal policística autossômica dominante (DRPAD);
  • doença de Castleman;
  • granulomatose com poliangiite (GPA) e poliangiite microscópica (MPA);
  • doença do enxerto-versus-hospedeiro (GVHD);
  • mielofibrose;
  • câncer de ovário;
  • lúpus eritematoso sistêmico (LES).

Como age a lenalidomida?

A lenalidomida age no organismo inibindo a produção de certas substâncias químicas que afetam a função do sistema imunológico. Isso pode ajudar a reduzir a inflamação e a prevenir o crescimento e a proliferação de células anormais.

Em outras palavras, a lenalidomida estimula o sistema imunológico do paciente a atacar células cancerígenas e, ao mesmo tempo, inibe o crescimento dessas células.

Quais os efeitos colaterais da lenalidomida?

A lenalidomida pode causar efeitos colaterais, como fadiga, anemia, diarreia, náuseas, constipação, aumento do risco de infecções, entre outros. É importante que os pacientes estejam sempre sob a supervisão de um médico qualificado.

Qual a diferença de talidomida e lenalidomida?

Talidomida e lenalidomida são dois medicamentos que funcionam de forma semelhante, mas têm algumas diferenças importantes.

A principal diferença é que a lenalidomida é uma versão da talidomida, mas com uma estrutura molecular ligeiramente diferente. Essa diferença faz com que a lenalidomida seja mais potente e seletiva, o que significa que ela é mais eficaz no tratamento de doenças no sangue e tem menos efeitos colaterais.

Qual a indicação de uso da lenalidomida segundo a bula?

A bula da lenalidomida, aprovada pela Anvisa, indica o medicamento para:

  • tratamento de mieloma múltiplo em primeira linha de tratamento;
  • tratamento de mieloma múltiplo em pacientes que já receberam pelo menos uma linha de recursos;
  • tratamento da síndrome mielodisplásica de risco intermediário ou alto com anemia dependente de transfusões;
  • tratamento do linfoma folicular ou linfoma de zona marginal;
  • tratamento do linfoma de células de manto.

Lenalidomida: como obter pelo plano de saúde

Entenda melhor acompanhando os próximos tópicos.

Mieloma múltiplo

No caso de mieloma múltiplo, o uso da lenalidomida é indicado em diferentes situações, como:

  • em combinação com Dexametasona, para o tratamento de pacientes com mieloma múltiplo refratário recidivante (MMRR) que receberam ao menos um esquema prévio de tratamento;
  • em monoterapia, para o tratamento de manutenção de pacientes com mieloma múltiplo recém-diagnosticado que foram submetidos a transplante autólogo de células-tronco;
  • em terapia combinada, para o tratamento de pacientes com mieloma múltiplo que não receberam tratamento prévio e não são elegíveis a transplante.

Síndrome mielodisplásica

No caso de síndrome mielodisplásica, o uso da lenalidomida também pode ser indicado no tratamento de pacientes com anemia dependente de transfusões decorrente de síndrome mielodisplásica de risco baixo ou intermediário-1, associada à anormalidade citogenética de deleção 5q, com ou sem anormalidades citogenéticas adicionais.

Linfoma folicular ou linfoma de zona marginal

A bula indica o uso da lenalidomida para o tratamento de pacientes com  pacientes com linfoma folicular ou linfoma de zona marginal previamente tratados. Neste caso, a medicação é utilizada em combinação com o medicamento rituximabe.

Linfoma de células do manto

A lenalidomida é indicada na bula, especificamente, para tratar pacientes com linfoma de células do manto (LCM) refratário/recidivado. Esse é um tipo de câncer que afeta um tipo de glóbulo branco chamado “linfócitos B” ou células B, fazendo com que cresçam descontroladamente, acumulando-se no tecido linfoide, na medula óssea ou no sangue.

Quanto custa o Lenalidomida?

A lenalidomida é um medicamento de alto custo e custa em média R$ 23.000,00 até R$ 40 mil, dependendo da farmácia.

Plano de saúde deve fornecer a lenalidomida?

Sim. Havendo recomendação médica que justifique o uso do medicamento, é dever do plano de saúde fornecer a lenalidomida. Isto vale tanto para as indicações da bula quanto para tratamentos fora dela, ou seja, off label.

O motivo é que a lenalidomida é um medicamento com registro sanitário na Anvisa e, conforme determina a Lei dos Planos de Saúde, tem cobertura obrigatória. Basta que a recomendação médica esteja em acordo com a ciência para que todos os planos de saúde sejam obrigados a custear essa medicação.

Apesar disso, é comum as operadoras se recusarem a fornecer a lenalidomida, sobretudo quando o paciente não atende aos critérios estabelecidos pela Agência Nacional de Saúde.

Mas se o paciente não se enquadra nos critérios estabelecidos pelo rol de procedimentos da ANS, é possível buscar alternativas legais para obter acesso ao tratamento. 

O advogado especialista em plano de saúde Elton Fernandes pode ajudar a orientar os pacientes sobre as possibilidades de buscar judicialmente o fornecimento da lenalidomida em situações não previstas no rol da ANS.

Consulte um advogado especialista em plano de saúde para buscar lenalidomida e tire suas dúvidas.

O plano de saúde deve fornecer a lenalidomida mesmo para situações não previstas no rol da ANS?

O plano de saúde deve fornecer o medicamento lenalidomida, mesmo que o tratamento não esteja previsto no rol da ANS, desde que haja indicação médica baseada em ciência.

Isso se deve ao fato de que a bula do medicamento recomenda outras indicações além das incluídas no rol da ANS e a ciência tem mostrado a possibilidade de uso em outras situações que também devem ter cobertura quando bem indicadas.

A Justiça tem reconhecido o direito dos pacientes ao custeio da lenalidomida, mesmo em casos não previstos no rol da ANS.

Para obter a cobertura pelo plano de saúde, o paciente deve apresentar um laudo médico fundamentado, comprovando a necessidade do medicamento. O laudo deve indicar que outros fármacos fornecidos pelo plano de saúde não foram eficazes no tratamento do paciente. 

Em casos de negativa do plano de saúde, o paciente pode entrar com uma ação judicial solicitando a cobertura do medicamento. Com pedido de tutela antecipada de urgência, o paciente pode conseguir que a Justiça determine que o plano de saúde forneça a lenalidomida rapidamente.

Confira a explicação do Dr. Elton Fernandes:

O médico prescreveu Lenalidomida para uma situação que não está descrita na bula. O plano deve fornecer mesmo assim?

Em alguns casos, a indicação do tratamento com a lenalidomida não consta na bula. Nesses casos, é possível exigir o fornecimento do medicamento, mesmo que isso seja chamado de tratamento off label.

A Justiça tem reiterado que, havendo evidência científica, é possível exigir do plano de saúde o fornecimento do medicamento.

Para que serve o medicamento lenalidomida?

O que fazer em caso de negativa de fornecimento da lenalidomida pelo plano de saúde?

Em casos de negativa do plano de saúde, o paciente pode entrar com uma ação judicial solicitando a cobertura do medicamento. Com um pedido de liminar, o paciente pode conseguir que a Justiça determine que o plano de saúde forneça a lenalidomida rapidamente.

Como conseguir lenalidomida pelo SUS?

Antes de mais nada é essencial que haja a comprovação de que o paciente não possui condições financeiras de arcar com o medicamento, além disso, ele precisa ter um laudo médico fundamentado comprovando a necessidade do mesmo.

Esse laudo também precisa indicar a ineficácia de outros medicamentos fornecidos pelo SUS. O medicamento possui registro na Anvisa e sendo fundamental para o paciente, é possível buscar a cobertura da lenalidomida também pelo SUS.

Consulte um advogado especialista em plano de saúde para obter o lenalidomida.

Em suma, pode não ser tão fácil obter acesso ao lenalidomida pelo SUS ou pelo plano de saúde. Sendo assim, é importante contar com a ajuda de um advogado especialista em plano de saúde. 

O advogado pode orientá-lo sobre os seus direitos legais de obter o lenalidomida, mesmo que o seu plano de saúde não o forneça. Ele também irá representá-lo em uma ação judicial, argumentando que o seu plano de saúde está violando a lei e que o fornecimento do medicamento é essencial para o seu tratamento.

Esse profissional também pode ajudá-lo a reunir a documentação necessária para obter o lenalidomida, como um laudo médico fundamentado e comprovação de que você não possui condições financeiras de arcar com o custo do medicamento.

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