Médico errou meu ultrassom: posso processar? Entenda seus direitos e recursos legais

Médico errou meu ultrassom: posso processar? Entenda seus direitos e recursos legais

Data de publicação: 25/11/2025

Médico errou meu ultrassom, posso processar, mulher com resultado de ultrassom em consulta médica

Entenda em quais situações a queixa ‘médico errou meu ultrassom, posso processar?’ pode envolver responsabilidade civil médica, quais critérios a lei exige e como ocorre a análise jurídica desses casos

No dia a dia dos escritórios de advocacia especializados em Direito da Saúde, por vezes, clientes apresentam a seguinte queixa: “médico errou meu ultrassom, posso processar?”

A resposta para esta queixa depende da qualificação da responsabilidade civil médica e do erro médico, como definido no Código Civil em seus art.189 e art.951.

Neste artigo, explicamos em detalhe como o erro em diagnóstico de ultrassom é entendido no campo do Direito da Saúde e quais fatores são levados em conta na análise de eventual responsabilidade civil.

Continue no artigo e entenda:

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O médico errou meu ultrassom: posso processar?

Sim, é possível processar quando há erro de diagnóstico em ultrassom, desde que exista prova de dano, nexo causal e falha profissional. O caso deve ser analisado à luz dos arts. 186, 189 e 951 do Código Civil. A responsabilidade pode recair sobre o médico ou sobre a instituição, dependendo das circunstâncias.

O ultrassom é um exame de imagem que pode ser solicitado pelo médico ou médica tendo em vista a necessidade de se determinar um diagnóstico para as queixas e sintomas investigados.

Em alguns casos, os sintomas relatados podem sugerir a gravidez. Em outros casos, já confirmada a gravidez, pode-se solicitar o ultrassom como método de acompanhamento da gestação.

Todos estes aspectos estão relacionados à prática médica e, como pressuposto da profissão, são exclusivamente desempenhados por estes profissionais.

Este é um aspecto crucial para entendermos a resposta para a pergunta “médico errou meu ultrassom, posso processar?”.

Portanto, um possível erro na leitura, interpretação e compreensão de um exame de ultrassom pode, eventualmente, direcionar à definição equivocada de diagnóstico e, assim, de tratamento ou orientações não indicadas; gerando algum dano.

Este cenário é avaliado, sob o Direito da Saúde, como um erro de diagnóstico passível de qualificação como responsabilidade civil médica.

Para entendermos a fundo o que significa a pergunta “médico errou meu ultrassom, posso processar?” devemos, em primeiro aspecto, compreender o que qualifica a responsabilidade civil médica e o erro de diagnóstico.


O que é o erro de diagnóstico?

O erro de diagnóstico é matéria do campo do direito no momento em que tal prática gera dano identificável. Isto é, se confirma a relação entre conduta, causalidade e dano.

Nestes cenários, o ordenamento jurídico brasileiro, sob o art.186 do Código Civil (CC), define os critérios mínimos para a qualificação da responsabilidade civil e, desse modo, o pressuposto para uma ação judicial de reparabilidade.

Em paralelo, o erro de diagnóstico também pode ser interpretado à luz do art.951 do mesmo código.

Neste sentido, o referido artigo define responsabilização em casos que “no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte de paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho”.

O CC deixa claro que a conduta profissional que gera dano pode ter sua natureza e origem na negligência, imprudência ou imperícia.

Por isso, contempla o erro de diagnóstico uma vez que esta prática médica depende, sobretudo, da assertividade da leitura e interpretação de sintomas em relação ao conhecimento médico em saúde.

Aproveite e saiba também quais são os direitos do paciente.

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Quem deve ser responsabilizado pelo erro de diagnóstico?

Como vimos, a responsabilização pelo erro de diagnóstico pode ser interpretada como relacionada à conduta profissional. Desse modo, o médico pode, sim, responder pelo erro.

No entanto, vale ressaltar que, em alguns casos, a responsabilidade civil objetiva ou subjetiva pode se ampliar à própria instituição de saúde. Para saber mais, aproveite e leia também nosso artigo sobre responsabilidade civil por erro médico.

Adovado respondendo à pergunta: médico errou meu ultrassom, posso processar?

Indenização por erro médico: aspectos a considerar

A expressão indenização por erro médico refere-se à reparação por danos que possam decorrer de condutas profissionais inadequadas.

A análise jurídica desses casos costuma observar três elementos centrais: conduta, nexo causal e dano, além da documentação clínica e das circunstâncias do atendimento.

1. Evidências e documentação

A documentação médica - laudos, prontuários, exames e relatórios - é frequentemente considerada como parte do conjunto de elementos que permitem a avaliação do caso.

Registros que esclareçam o atendimento e os resultados do exame podem contribuir para a compreensão técnica do evento.

2. Segunda opinião médica

Em situações de dúvida sobre interpretação de exames, uma avaliação complementar por outro profissional de saúde pode ajudar a identificar divergências técnicas.

Essa segunda análise tem caráter informativo e pode subsidiar a verificação das questões clínicas envolvidas.

3. Papel da orientação jurídica especializada

Profissionais do Direito com atuação na área de saúde podem esclarecer aspectos legais relacionados à possibilidade de pleitear indenização por erro médico, explicando conceitos como responsabilidade civil, prazo prescricional e tipos de danos passíveis de reparação.

A orientação jurídica tem caráter consultivo sobre as opções previstas na legislação para a queixa relacionada ao “médico errou ultrassom, posso processar”.

4. Comunicação com o profissional ou a instituição

Em alguns casos, são adotadas comunicações formais entre as partes para esclarecer fatos ou possibilitar resoluções administrativas.

Essas comunicações podem ser relevantes para registrar ocorrências e demonstrar as tentativas de esclarecimento prévias aos demais encaminhamentos.

5. Tutela judicial e vias alternativa

A responsabilização pode ser buscada por diferentes meios previstos no ordenamento, que incluem tanto procedimentos judiciais quanto métodos extrajudiciais de solução de conflitos.

A escolha depende das particularidades do caso e das soluções compatíveis com os interesses das partes.

6. Formas consensuais de resolução de conflitos

Métodos como mediação e outras formas de composição podem ser apropriados em determinados contextos, por oferecerem caminhos voltados à negociação e à solução acordada entre as partes.

7. Elementos do exame judicial

Quando um caso é apreciado pelo Judiciário, a análise técnica costuma envolver laudos periciais, depoimentos e demais provas que ajudem o juiz a verificar a existência de conduta culposa e do nexo causal entre essa conduta e o dano alegado.

8. Avaliação final e lições do caso

Independentemente do desfecho, a reflexão sobre os fatos, a documentação e as providências tomadas pode fornecer entendimento útil sobre prevenção e melhores práticas na relação entre pacientes, profissionais e instituições.

Para saber mais sobre o tema e as possíveis ações legais, confira nosso artigo completo sobre erro médico.

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A relevância da orientação de um advogado especializado em erro médico

Nos casos que envolvem possível erro de diagnóstico de ultrassom, a análise jurídica costuma exigir conhecimento técnico específico.

Por isso, a atuação de um advogado com experiência em Direito Médico pode ser fundamental para esclarecer os aspectos legais envolvidos e orientar sobre quais medidas são compatíveis com a legislação.

Profissionais que lidam rotineiramente com esses casos estão familiarizados com temas como responsabilidade civil, avaliação de documentos clínicos, prazos prescricionais e critérios utilizados pelos tribunais.

Essa experiência contribui para a adequada compreensão da situação e para a definição das alternativas previstas em lei.

A consulta com um especialista permite que a pessoa receba informações estruturadas sobre direitos, etapas possíveis e formas de encaminhamento que podem ser adotadas conforme as particularidades do caso.

Trata-se de um apoio técnico que visa garantir que a análise seja conduzida de maneira cuidadosa e alinhada aos parâmetros jurídicos aplicáveis.

Médico errou meu ultrassom, posso processar. Símbolo da justiça e escritório em Direito da Saúde

Conclusão

Os casos envolvendo possível erro de diagnóstico em ultrassom demandam uma avaliação criteriosa, tanto do ponto de vista médico quanto jurídico.

A definição sobre a existência de responsabilidade civil depende da análise dos elementos previstos no Código Civil, da documentação disponível e das particularidades do atendimento realizado.

Como cada situação apresenta nuances próprias, a compreensão adequada dos fatos e dos parâmetros legais aplicáveis é essencial para identificar se há espaço para discutir uma eventual indenização por erro médico.

A orientação de profissionais especializados pode contribuir para esclarecer dúvidas, organizar informações relevantes e indicar quais caminhos jurídicos são compatíveis com o ordenamento.

Escrito por:

Autor Elton Fernandes

Elton Fernandes, advogado especialista em Direito da Saúde, professor de pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar da USP de Ribeirão Preto, da Escola Paulista de Direito (EPD) e do Instituto Luiz Mário Moutinho, em Recife, professor do Curso de Especialização em Medicina Legal e Perícia Médica da Faculdade de Medicina da USP, presidente da Comissão de Direito Médico e da Saúde da OAB de São Caetano do Sul e autor do livro "Manual de Direito da Saúde Suplementar: direito material e processual em ações contra planos de saúde".

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