Mir-THYpe Full: o que é, preço e custeio pelo plano de saúde

Mir-THYpe Full: o que é, preço e custeio pelo plano de saúde

Data de publicação: 05/11/2025

Mir-Thype Full: preço e cobertura pelo plano de saúde

Saiba o que é o exame Mir-THYpe Full, quanto custa e quando o plano de saúde deve cobrir o teste genético para nódulo de tireoide

Se você ou alguém próximo já teve um nódulo na tireoide, sabe o quão angustiante é esperar pelos resultados dos exames.

Muitas vezes, a punção aspirativa por agulha fina (PAAF) não é conclusiva, deixando os pacientes e médicos em um dilema: operar ou apenas acompanhar?

É justamente aqui que o exame Mir-THYpe Full se destaca. Ele analisa o material genético do nódulo e ajuda a indicar se há sinais de malignidade, permitindo decisões médicas mais seguras e evitando cirurgias desnecessárias.

O exame, porém, tem custo elevado - cerca de R$ 4.500 por nódulo -, o que pode limitar o acesso de muitos pacientes. Por isso, em alguns casos, a cobertura do exame genético pelo plano de saúde se torna essencial.

Como o Mir-THYpe Full ainda não integra o Rol de Procedimentos e Eventos da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), é comum que operadoras neguem sua realização.

E a pergunta que surge é: como obter a cobertura do teste Mir-THYpe pelo plano de saúde?

Neste artigo, você vai entender como o exame funciona, quando ele é indicado e em quais situações pode ser coberto pelo plano de saúde!

Entenda, a seguir:

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O que é o Mir-THYpe Full?

O Mir-THYpe Full é um teste laboratorial inovador que analisa amostras de nódulos da tireóide para identificar se são benignos (sem risco) ou malignos (câncer).

Ele examina microRNAs (pequenos fragmentos de material genético) e mutações específicas em genes como BRAF e TERT, permitindo um diagnóstico mais preciso.


Para que serve esse exame?

A principal utilidade do Mir-THYpe Full é evitar cirurgias desnecessárias em pacientes com nódulos classificados como "indeterminados" pela punção.

Esses são casos em que o exame tradicional não consegue afirmar com certeza se o nódulo de tireóide é benigno ou maligno.

O teste genético auxilia na decisão médica da seguinte forma:

  • Se o resultado for negativo, a chance de o nódulo ser benigno é de 96%, permitindo que o paciente evite uma cirurgia desnecessária e apenas siga com acompanhamento.
  • Se for positivo, a probabilidade de ser câncer é de 76%, o que justifica a necessidade de uma cirurgia.

Além disso, o exame também ajuda a determinar o tipo de tratamento caso o nódulo seja maligno, identificando se o câncer é mais agressivo e se a cirurgia precisa ser mais radical.

valor do mir-thype full para nódulo de tireóide indeterminado

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Quando o exame Mir-THYpe Full é indicado?

O teste molecular para nódulo de tireóide indeterminado Mir-THYpe Full é recomendado para casos em que:

  • O resultado da punção tem classificação Bethesda III ou IV - ou seja, é indeterminado -, dificultando a decisão sobre a necessidade de cirurgia.
  • Há suspeita de câncer (Bethesda V), mas o médico deseja uma confirmação mais precisa antes de indicar a cirurgia.

Para o teste molecular, o Mir-THYpe Full utiliza a mesma amostra da biópsia do nódulo de tireóide que resultou no diagnóstico indeterminado. O material segue para análise e retorna com o resultado ao paciente em até 30 dias.


Benefícios do Mir-THYpe Full

  • Redução de cirurgias desnecessárias: o exame diminui em até 75% a necessidade de operação para casos de nódulos indeterminados.

Cerca de 20-30% dos nódulos identificados em punções (PAAF) são classificados como indeterminados (Bethesda III/IV), o que leva a cirurgias diagnósticas para confirmar a malignidade. E 77% dessas cirurgias são realizadas em nódulos que, na verdade, são benignos.

  • Maior precisão no diagnóstico: fornece informações genéticas e moleculares para uma decisão médica mais segura.
  • Menos riscos para o paciente: evitar uma cirurgia significa também evitar possíveis complicações, como lesões nos nervos vocais ou a necessidade de reposição hormonal vitalícia caso toda a tireóide seja removida.

Exame Mir-Thype Full para nódulo de tireóide

Diferença entre o Mir-THYpe Full e exames de imagem

Diferente de exames como ultrassom ou tomografia, que avaliam o tamanho, a forma e outras características físicas do nódulo, o Mir-THYpe Full analisa o material genético do nódulo para determinar se ele é benigno ou maligno.

mir-thype full uso do teste molecular

Como o teste é integrado ao diagnóstico

  1. Exame de imagem: mostra o formato, tamanho e vascularização do nódulo.
  2. Punção (PAAF): identifica nódulos indeterminados (Bethesda III/IV).
  3. Mir-THYpe full: analisa microRNAs e mutações genéticas (ex.: BRAF V600E) no material da punção.
  4. Resultado do teste molecular para nódulo de tireóide indeterminado:
    • Negativo: Nódulo é considerado benigno → acompanhamento.
    • Positivo: Nódulo é considerado maligno → cirurgia planejada.

Exemplo prático do uso do exame Mir-THYpe

Quando o resultado da punção indica dúvida sobre a presença de câncer - o que ocorre em casos classificados como Bethesda III ou IV -, o exame Mir-THYpe Full pode complementar a investigação médica.

O teste analisa alterações genéticas específicas no nódulo e fornece dados que auxiliam o médico a definir se o caso requer acompanhamento clínico ou intervenção cirúrgica:

  • Resultado negativo: é possível evitar a cirurgia e apenas fazer acompanhamento médico.
  • Resultado positivo: o médico já sabe que precisa operar e pode planejar a melhor abordagem: se é possível remover apenas parte da tireóide ou se é necessário tirar toda a glândula.

Qual é o valor do Mir-THYpe Full?

O preço do Mir-THYpe Full pode variar de R$ 4.500 a R$ 6.999 por nódulo de tireóide analisado. 

O alto custo pode ser um obstáculo para muitos pacientes que precisam realizar o exame, tornando a cobertura pelo plano de saúde um meio importante para viabilizar o diagnóstico.

Quando houver indicação médica fundamentada, a realização do exame deve ser analisada à luz da Lei dos Planos de Saúde, que prevê a cobertura de procedimentos com respaldo científico.

Contudo, os planos de saúde recusam a cobertura do exame Mir-THYpe Full em muitos casos, alegando que o teste não está incluído no rol da ANS.

Essa negativa costuma ocorrer porque as operadoras seguem a lista de cobertura obrigatória da agência, que nem sempre reflete a atualização de todos os exames reconhecidos pela comunidade médica.

No entanto, a Lei dos Planos de Saúde determina a cobertura a procedimentos com comprovação científica e indicação médica fundamentada. Assim, a recusa pode ser contestada judicialmente, dependendo das circunstâncias do caso.

Diante de uma negativa, o paciente pode buscar orientação jurídica especializada para avaliar as medidas cabíveis e compreender seus direitos.

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Plano de saúde deve cobrir o exame Mir-THYpe Full?

Sim. É dever do plano de saúde cobrir o exame Mir-THYpe Full sempre que o teste molecular para nódulo de tireóide indeterminado for prescrito pelo médico.

Essa obrigação vem da Lei dos Planos de Saúde, que determina que todos os procedimentos com respaldo científico devem ser cobertos pelos planos de saúde.

O Mir-THYpe Full é um teste genético desenvolvido pela brasileira Onkos Diagnósticos Moleculares reconhecido pela comunidade científica por sua eficiência.

De acordo com matéria publicada pela Folha de S.Paulo, o exame Mir-THYpe Full já auxiliou a evitar milhares de cirurgias de tireoide consideradas desnecessárias, entre 2018 e 2023, em hospitais da rede privada.

Ainda segundo o jornal, o custo médio do exame - em torno de R$ 4,9 mil - é significativamente menor que o valor médio de uma cirurgia de tireoide na saúde suplementar, estimado em R$ 14,2 mil.

Em situações de negativa de cobertura, seja pela ausência do exame genético no rol da ANS ou qualquer outra justificativa, o paciente pode buscar informações sobre seus direitos e avaliar as medidas cabíveis para obter o acesso ao exame, sempre com orientação jurídica especializada.

teste molecular para nódulo de tireóide indeterminado Mir-THYpe Full

O que fazer se o plano negar o exame?

Em caso de negativa de cobertura, o paciente pode solicitar que a operadora apresente, por escrito, o motivo da recusa. Esse documento é importante para fundamentar eventuais recursos administrativos ou medidas judiciais.

Também é possível buscar orientação jurídica especializada para entender quais alternativas legais existem, inclusive a possibilidade de solicitar o exame por meio de decisão judicial - com pedido de liminar -, quando houver recomendação médica devidamente fundamentada.

Saiba mais sobre como funciona a ação com pedido de liminar, neste vídeo.

Esse tipo de ação é uma causa ganha?

Nunca se pode afirmar que se trata de “causa ganha”. Quem quer que afirme isso não tem a menor ideia da seriedade do trabalho que isso envolve.

E, para saber as reais possibilidades de sucesso de sua ação, é recomendável conversar com um advogado especialista em Direito à Saúde para avaliar todas as particularidades do seu caso. Isto porque há diversas variáveis que podem influir no resultado da ação, por isso, é necessário uma análise profissional e cuidadosa.

O fato de existirem decisões favoráveis em ações semelhantes mostra que há precedentes, mas apenas a análise concreta do seu caso por um advogado pode revelar as chances de seu processo.

O Mir-THYpe Full é um exame genético de alta precisão utilizado para avaliar nódulos de tireoide com resultado indeterminado.

Ele contribui para reduzir cirurgias desnecessárias e auxilia os médicos na definição da conduta mais adequada em cada caso.

Quando houver recomendação médica fundamentada, o exame pode ser solicitado ao plano de saúde. Em situações de recusa, o paciente pode buscar informações sobre seus direitos e as medidas disponíveis para garantir o acesso ao diagnóstico.

Escrito por:

Autor Elton Fernandes

Elton Fernandes, advogado especialista em Direito da Saúde, professor de pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar da USP de Ribeirão Preto, da Escola Paulista de Direito (EPD) e do Instituto Luiz Mário Moutinho, em Recife, professor do Curso de Especialização em Medicina Legal e Perícia Médica da Faculdade de Medicina da USP, presidente da Comissão de Direito Médico e da Saúde da OAB de São Caetano do Sul e autor do livro "Manual de Direito da Saúde Suplementar: direito material e processual em ações contra planos de saúde".

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